Hierarquia e Equipe
No mundo ocidental, nossas bases foram amalgamadas por três grandes pilares da civilização:
- A Filosofia Grega
- O Direito Romano
- A Moral Judaico-Cristã
A filosofia grega nos deu o senso e base da noção de humanidade, enquanto o direito romano nos deu a base de deveres-direitos-lei e a moral judaico-cristã nos deu a base do bom e do mau.
Em todos os pilares há presença da Hierarquia.
Hierarquia é a ordenada distribuição dos poderes com subordinação sucessiva de uns aos outros, é uma série contínua de graus ou escalões, podendo-se estabelecer tanto uma hierarquia social, uma hierarquia urbana, militar, eclesiástica, empresarial etc.
A hierarquia é uma ordenação contínua de autoridades que estabelece os níveis de poder, de forma que a posição inferior é sempre subordinada às posições superiores, mas não por isso é de menor importância.
Em suma, em todo sistema minimamente organizado, há quem manda e há quem obedece. Porém ambos são da mesmíssima importância para um sistema.
Mesmo antes de sermos civilizados, tínhamos o senso de pertencimento de grupo, que somente é permissível quando à uma explícita subordinação à hierarquia presente.
A falta de hierarquia em um sistema leva à anarquia, que significa desorganização, confusão, desordem, desarrumação, pandemônio, desalinho, desarranjo, bagunça, baralhada, caos.
Ótimo.
Queremos um sistema hierarquizado então: Chefes e Comandados.
Há intersecções de papéis, debates, ideias e pluralidade. Muitas vezes há insubordinação, levante e traição. Há de tudo em um sistema hierárquico, posto que é uma ordenação social e não atávica. Por isso, as leis e a moral.
Vamos adentrar na esfera mais mundana desta tese e verificar como esse sistema se mecaniza no mundo empresarial mais precisamente nas esferas comerciais.
Vou resumir para economizar seu tempo nessa leitura.
Chefe é aquele que diz o QUE deve ser feito e qual o RESULTADO desejado.
Subordinado é aquele que executa a ordem e ENTREGA o resultado.
Um grupo de subordinados é uma equipe. Toda equipe, nesse âmbito, tem um chefe.
Tive um colega na Editora Globo, que dizia “Quem tem chefe é índio”.
Índio tem chefe, na sua família tem chefe, na sua classe de aula tem chefe, na sua cidade e país tem chefe, na sua empresa tem chefe, assim como no seu departamento e no seu condomínio.
Não gosta da palavra chefe? Ok, vamos chamar de patrão, “meu diretor”, “o dono”, pouco importa como você chame, desde que você entenda que essa pessoa tem um papel social: Comandar uma equipe para alcançar um resultado requisitado pelo sistema sob qual está incluída.
Há bons e maus chefes. Cada sistema “procura” o seu melhor.
Agora uma coisa é unânime: Bom chefe é aquele que alcança resultados através da equipe, fortalecendo a todos dentro do sistema.
Aí entra a meritocracia e onde as coisas começam a se complicar nessa teoria. O Princípio de Peter explica bem isso.
Um excelente vendedor, seguramente, não será um bom gerente de vendas.
Um bom gerente de vendas não necessariamente é ou foi um grande vendedor.
Pela meritocracia, cargos mais elevados (melhores salários e ganhos) são oferecidos para os mais trabalhadores, mais dedicados, mais bem dotados intelectualmente etc.
Mas em vendas, o grande erro é oferecer cargos de gerência para excelentes vendedores.
Você perderá um excelente vendedor e terá um péssimo gerente, provavelmente. São papéis muito distintos com entregáveis totalmente apartados.
O erro de design que tem nesse sistema é a remuneração. Quando se implica em limites onde um subordinado não pode ganhar mais que um chefe, você começa a aviltar o sistema.
Sei que é delicado e entra muito a questão de ciumeira, tão comum nas organizações.
Mas vou te exemplificar e você me diz o que faria na seguinte situação.
Você foi eleito por assembleia de uma SA como diretor geral de um hospital. Todos que trabalham dentro deste hospital são seus subordinados, inclusive cirurgiões que ganham 5x mais que você.
Como fica? Você vai se sentir diminuído na presença deles, pois eles ganham mais do que você?
Respondo: A esmagadora maioria dos chefes nessa situação, apesar de negar, sim.
Ganhos, reconhecimento, meritocracia, subordinação são todos assuntos muito delicados pois tratam do âmago das relações humanas: o poder.
De toda forma, exemplos de países, empresas e sistemas que deram certo, tem na hierarquia um princípio fundamental para inclusive poder formar um ambiente de paz e prosperidade.
Mesmo o mais humilde subalterno é o ator principal na execução de seu papel dentro de um sistema que dele depende simultaneamente.