Ativos “Permanentes”

“No Assets, No income, No jobs. You are pretty fucked.” (Sem ativos, sem renda, sem empregos. Você estão ferrados.)

Esse era Gordon Gekko falando para uma plateia de universitários no filme “O dinheiro nunca dorme”

Ele estava mencionando que as novas gerações não poderão se fiar no sistema “Educação = Emprego = Renda” pelo simples fato de que os empregos estão acabando e portanto saindo dessa equação.

Esse filme, quando foi lançado em 2010, o desemprego aqui no Brasil estava ao redor de 6,7 milhões. Hoje é o dobro, 13,5 milhões de brasileiros estão sem emprego. É muita coisa. Em 7 anos o número dobrou.

Ainda tem um número dos “sem empresa”. Não achei esse número consolidado em nenhum lugar. Mas por exemplo, somente no Rio de Janeiro em 2016, fecharam 11.950 empresas. Um outra estatística que achei foi que 1,8 milhão de empresas fecharam as portas em 2015, no Brasil.

São números assustadores. Já fiquei sem empresa (quatro vezes) e sem emprego (uma vez). Sei o quanto isso atinge uma família, solapa nossa felicidade. Parece uma areia movediça que você sente estar te tragando e que todos os seus movimentos de nada adiantam. Você continua sendo tragado. Entram as dívidas e faltam condições para o mínimo.

É o inferno que todos queremos evitar.

Mas onde estão os verdadeiros ativos econômicos? Um emprego é um ativo? Uma empresa? Uma casa? Um diploma é um ativo? Uma boa carteira de clientes é um ativo?

Por ativo quero dizer: Algo que te gere renda previsível.

Um ativo é transitório, obviamente. Mas enquanto dura, ele gera renda para você e para sua família.

Um emprego no funcionalismo público é um ativo bem estável. Já uma empresa que acabou de abrir as portas é um ativo menos estável e mais imprevisível.

Se você tem imóveis alugados, tem um belo ativo nas mãos. Se você investe em franquias ou gado, também são ativos muitos bons e mais previsíveis.

Eu sempre acreditei que uma boa carteira de clientes é um excelente ativo. De fato, por algumas décadas, vivi e prosperei graças aos meus clientes.

Mas é um ativo muito menos estável do que eu imaginava.

Ao longo dos anos, meu erro foi acreditar que se que prestasse um excelente serviço, tanto meus empregos quanto os meus clientes se perpetuariam. Ledo engano.

Há tantos fatores que influenciam a continuidade dessa relação, que uma excelente performance, passa a ser apenas uma delas, importante e necessária, mas não suficiente para manter sua continuidade.

A crise econômica é uma geada que pode levar sua lavoura embora. Você trabalhou duro, plantou, cultivou e cuidou. Mesmo assim perde tudo, por conta de algo que você não controla.

O mesmo ocorre com afetos e com a saúde. Todos transitórios.

Esse é o aprendizado que no moto perpétuo nos faz crescer. Saber lidar com essas adversidades e a cada ciclo sair mais fortalecido.

Então não se perde nada a longo prazo. Pelo contrário.

O verdadeiro ativo está na nossa fé e conhecimento. Esses sim, nada nem ninguém podem removê-los da gente.

Com fé e conhecimento você se reconstrói e sai mais sólido.

Durante essa fase você aprende a usar seus ativos remanescentes, você aprende a se reagrupar, você aprende como distribuir suas energias e priorizar o que de fato é importante.

Desde 2015 fiz uma guinada na minha carreira profissional apostando solidamente em um ativo que nunca me abandonou: o conhecimento. Mais especificamente na capacitação de profissionais para gerarem seus próprios ativos em forma de contratos corporativos.

Minha crença é que é preferível eu saber captar clientes do que eu ter esses clientes. Entra aqui a velha história do ensinar a pescar (e não simplesmente servir o peixe).

Minha crença maior é que se eu puder ensinar o maior número de pessoas a conquistar seus clientes, elas terão um ativo permanente em duas camadas: Os clientes, que geram renda e a capacidade de conquistá-los, o que gera independência.

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