A experiência ilógica de escrever diariamente

Todos os dias, exceto aos Domingos, das 7 às 8h eu escrevo esses e-mails que você está recebendo.

Nunca imaginaria ser capaz não só de escrever com regularidade mas também de adorar fazê-lo.

Foram várias tentativas prévias, como escrever artigos, montar um diário e até distribuir uma newsletter da empresa. Todas tinham fracassado.

E fracassaram porque em todas elas eu tinha uma carga enorme de tentar escrever para enaltecer minha empresa e o quanto nós poderíamos ser relevantes para os nossos públicos.

Era como se tivesse uma prova para faculdade todos os dias e eu teria que meticulosamente estudar e escrever sob pressão pois teria uma avaliação posterior.

Essa avaliação vinha em forma de aberturas de e-mails, cliques e retornos. Uma avaliação numérica, fria e lógica.

Mas a lógica, na maioria das vezes é um pequeno fragmento da realidade. Uma forma reducionista de explicar o mundo, isso se muito.

Por exemplo, se A = B e B = C então A = C. Esse é um argumento lógico, mas conta muito pouco da realidade. O que é o A e o que é o B? Quando que o A pode ser igual a B? Sempre ou pode ser igual em determinado momento? Como foi medida essa igualdade? Qual foi a escala? E porque nesse modelo onde concluímos que A = C, tivemos que usar o B como causa dessa conclusão?

Enfim a lógica não nos conta muita coisa do que acontece. Não a estou descartando. Apenas dizendo que um argumento lógico por si só, é vazio de uma percepção realista pois no esforço de se construir como um argumento, a lógica delapida a realidade. Lógica sempre será um esforço reducionista para modelar a realidade.

Sempre que eu precisei entender um pouco mais profundamente a realidade eu tive que deixar a lógica um pouco de lado.

Em relações humanas você precisa abandonar a lógica completamente.

Vou te dar um exemplo muito comum para quem trabalha com marketing.

A audiência. Mede-se a audiência em função das pessoas que de alguma forma interagem com a sua comunicação.

É lógico deduzir que um e-mail aberto por 100 pessoas teve mais audiência que um e-mail aberto por 50 pessoas. E isso é bom. Certo? Não, errado. Já explico.

Vamos ao argumento do quem abriu os e-mails. Você pode dizer que medir apenas quantos abriram (tamanho da audiência) é pouco mesmo. Temos que medir quem abriu (qualidade da audiência). Quem abriu foi o público que mais nos interessava? Bem aqui há erros também. Muitos. Já explico (calma).

Vamos às respostas aos e-mails. O público que abriu os e-mails (sejam 50 pessoas ou 100 pessoas dentro ou fora do target que gostaríamos) clicou no link interno? Respondeu ao e-mail? Enfim queremos saber o quanto dessa comunicação gerou uma ação interativa do público com a peça. Mais um erro aqui.

Todo o marketing é medido em números. Isso está ok. Mas os números são apenas uma ínfima parte (lógica) do todo. E o restante que não pode ser medido em números? Será descartado?

Agora vou te explicar.

Independente dos números de abertura, quem abriu e se clicou em algum link, temos um universo de reações humanas que não está nos números.

Como se mede a percepção, intuição, penetração, retenção, acúmulo e latência de uma comunicação? Te digo, não se mede. É impossível.

Como se mede um retorno que alegrou seu dia? E como se mede quando em apenas um e-mail você inspirou alguém? Você consegue medir a inspiração em alguma escala? Não se mede e conta muito.

Como se mede o prazer de poder conversar com as pessoas, passar seu entendimento do mundo e dos negócios sem nenhuma necessidade de receber elogios ou medo de críticas? Não se mede e conta muito.

Como se mede uma bela risada? Você está com sua amiga e ela te fala algo e vocês caem em uma gargalhada que você nunca mais esquecerá desse momento. Não se mede e conta muito.

E vamos falar de negócios. Como se mede um retorno de uma pessoa que te solicita uma proposta a qual depois vira o maior contrato que você assinou nos últimos 3 anos? Não se mede e conta muito.

Abandonei os números por um momento e procurei simplesmente me aprofundar nos relacionamentos com os instrumentos que tenho em mãos.

E incrivelmente o volume de negócios e oportunidades está batendo recordes atrás de recordes. Isso é apenas uma consequência colateral.

Então escrevo para você. Tem um link de opt-out embaixo das minhas mensagens. Em dois segundos, se esse for o seu desejo, você me silencia para sempre.

Isso para mim é reconfortante, pois sei que se eu estiver dessintonizado do seu momento você pode me calar.

Mas enquanto você me permitir entrar, o farei com o meu melhor. Algumas vezes você vai gostar mais, outras nem tanto, até pelo contrário… como um vizinho que passa todos os dias para te cumprimentar e falar de amenidades.

O que eu quero? Quero você avalie a possibilidade e compre meus produtos. Sim, é muito direto falar assim mas não vamos a essa altura ser hipócritas. Quero você como cliente. Estou convicto que posso agregar muito, se esse for o seu momento.

Mas se não for, tudo bem!

Eu estarei passando pela sua caixa postal com um sorriso nos lábios deixando o meu melhor, sem medir absolutamente nada, apenas pensando nessa energia que co-criamos e que ninguém pode medir, ninguém pode ver e ninguém pode interferir.

Por essa energia escrevo todos os dias, para você.

🙂

Especificamente trato desse tópico no Curso De Conversão de Clientes: http://trk.papsolutions.com.br/cnv-006

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Stavros Frangoulidis
 

Stavros é o fundador da PaP Solutions, professor da cadeira de "Prospecção de Clientes" da ABEMD e um dos idealizadores do The Client Door. Seu foco está no conhecimento prático - trazendo o par tecnologia+marketing a serviço de uma excelente gestão de vendas com foco em captação e fidelização de clientes.

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