imPerfeição

Ontem meu texto saiu com a palavra cace (de caçar) escrita com dois esses, ou seja, “casse”.

Eu até percebi esse erro, corrigi, mas não salvei o documento final e o texto saiu com um “casse”.

Quanto tempo lamentei? 4 segundos.

Quando isso acontecia há alguns anos, eu ficava doente.

Queria ser o Mr. Perfeitinho porque não suportava críticas. Então eu pouco produzia, por conta de um um distúrbio neurótico, denominado perfeccionismo.

Como as coisas tinham que sair sempre perfeitas, elas raramente saiam.

Nada será perfeito, nunca.

Mesmo o melhor produto, necessitará de melhorias. Apresentará falhas. Decepcionará alguns. Encantará muitos, mas decepcionará alguns.

Falhas são inerentes, fazem parte da coisa. São latentes. São certas.

Não digo para ser esdrúxulo e relaxado com a qualidade, mas não ser obsessivo. Senão, quase nada sai e quando sim, certamente também apresentará falhas e potenciais de melhoria.

Outra coisa. Algusnerros de digitação, que não os faço propositalmente 🙂 , dão mais humanidade ao meu texto.

Veja, não se trata de um texto publicitário lido no Jornal Nacional e sim um colóquio entre dois amigos.

Então perdoe-me os erros, vai?

Seu melhor produto, seu melhor texto, treinamento, máquina, pintura, serviço, edifício, o que quer que você produza e entregue, tem e terá falhas.

Trabalhe incessantemente para corrigi-las todas, antes da entrega, e revise, revise, e revise. Teste. Teste mais um pouco. Crie experiências internas prévias.

Peça para as pessoas testarem, usarem e depois lance devagar no mercado.

Mesmo assim melhorias serão necessárias e algumas falhas aparecerão.

Existe uma linha muito tênue entre uma qualidade aceitável e outra, não.

Depende do serviço. A promessa básica deve ser entregue impecavelmente e com a máxima segurança. Agora a acessória, provavelmente terá falhas.

Aceito um assento sujo mas não repito uma cia aérea que me passou um milímetro de insegurança. Você entendeu.

No segmento de TI, isso é muito proeminente. Você cria o produto e o lança em condições mínimas de usabilidade. Porque? Porque quem o corrigirá será o feedback dos usuários. Na sua versão número 10, talvez ele esteja ok, com qualidade mínima de usabilidade e funcionalidade.

Em prospecção de clientes, digo a mesma coisa. Muitos empresários querem ter tudo perfeitinho e demoram para começar. E demoram, demoram.. Enquanto isso o pau come solto no mercado.

Faça o planejamento, monte sua estratégia de entrada e comece. Em duas semanas o mercado vai te passar as correções.

Quer lançar um bom produto? Lance um produto mais ou menos e submeta-o.

Entra em cena a consagrada prática de MVP.

MVP é a sigla de Minimum Viable Product e significa produto mínimo viável.

É uma prática de administração de empresas que consiste em lançar um novo produto ou serviço com o menor investimento possível, para testar o negócio antes de aportar grandes investimentos.

Um MVP é uma versão mínima do produto, apenas com as funcionalidades necessárias para que ele cumpra a função para a qual foi planejado. A partir do MVP testa-se a eficiência do produto, sua usabilidade, aceitação no mercado, comparação com a concorrência, entre outras formas de validar.

Depois desta etapa de validação, o produto volta a ser desenvolvido e aprimorado, para só depois disso ganhar o mercado propriamente, com investimento em marketing e etc.

Fonte: https://www.significados.com.br/mvp/

Com essa prática eu vi lançar dezenas de produtos esse ano. Nós aqui, lançamos cinco. Um vingou forte. Outros dois ainda estão tentando. Enterramos dois.

Porque disso tudo?

Porque o mercado é quase imprevisível e você precisa de maleabilidade. Criar valores. Fazer ofertas. Transitar, encaixar, adaptar, atender. O engessado, já está morto. Só ele não sabe, feito fantasma.

Então vamos recapitular e estratégia.

O perfeito está em casa falando sozinho e planejando. O perfeito quase nada produz por medo de ser imperfeito.

Seu novo produto tem valor. Disso eu tenho certeza. Teste, teste e reteste. Mas solte o bicho e coloque-o (submeta-o, enfie-o, injete-o, introduza-o) na mente de pelo menos 100 pessoas do seu mercado.

A interlocução vai corrigir muita coisa. Você não só conquista clientes, mas também melhora sua competitividade.

Em pouco tempo você tem musculatura, não só para entregar, mas também para criar o que seu mercado pede.

Perfeito nunca, mas muito perto da excelência.

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Stavros Frangoulidis
 

Stavros é o fundador da PaP Solutions, professor da cadeira de "Prospecção de Clientes" da ABEMD e um dos idealizadores do The Client Door. Seu foco está no conhecimento prático - trazendo o par tecnologia+marketing a serviço de uma excelente gestão de vendas com foco em captação e fidelização de clientes.

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