Tempo
No mundo corporativo, o tempo mais valioso é aquele no qual você conecta o valor daquilo que gera com o mais propício segmento de mercado. Todo o resto é, em tese, ofensor.
Portanto a máxima é dedicar o maior tempo possível interagindo com o seu melhor público.
Falamos de tempo…
Mais do que entender o tempo, é saber usá-lo para o nosso bem e de quem nos cerca.
Há muitos senhores dentro da gente querendo um pedacinho deste que é o mais incompreensível ativo que dispomos, o tempo.
Há a criança que pede por diversão. Há o adulto que pede por reflexão. O marido, a esposa, o pai, o empresário, o esportista, enfim, os papéis que desempenhamos na vida, somente são papéis porque contam com um pedaço do nosso tempo.
De toda forma, a noção do tempo é algo universal. Um segundo, outro segundo, segundo seguinte e o presente vai se esvaindo na própria percepção do agora, um dos filhos do tempo, irmão mais novo do passado e mais velho que o futuro. Todos imaginários, mas universais, assim como a ideia do infinito.
O tempo é uma mercadoria. A principal mercadoria de escambo entre nós. Todas as trocas são baseadas no “quando” e “quanto” de tempo estão envolvidos.
Demorei muitos anos para pacificar as dúvidas sobre o tempo:
1. Porque ele acaba e se renova?
2. Porque é cíclico e linear ao mesmo tempo, como uma bola rolando para a frente? O dia tem sempre 24 horas. Os ponteiros do relógio sempre voltam ao seu marco zero, mas os dias não. Não voltam mais. As 24 horas do dia são cíclicas, mas os dias são lineares.
3. Porque o tempo é percebido pelas coisas que realizamos e termina quando paramos de viver?
4. Porque parece que o tempo está passando mais rápido do que antes?
5. Quanto vale o meu tempo? E o tempo das outras pessoas?
6. Tempo tem qualidade? Ou no final, todos os segundos e horas são iguais?
7. Porque usamos essa convenção de 60 segundos que perfazem 60 minutos etc e não outra?
E finalmente, a mais fustigante das dúvidas: Como usar o tempo?
Tudo parece que é mais urgente e parece que não dispomos de todo tempo que precisamos para fazer o que achamos que precisamos fazer.
“Estou sem tempo para..”
Santo Agostinho dizia “Se não me perguntarem o que é o tempo, eu sei. Se me perguntarem e preciso explicar, não sei.”
Sabemos que é uma contagem regressiva e até angustiante.
Há um pensamento que diz, que a única coisa que nos pertence é o presente, o agora. Que ambos, passado e futuro estão na nossa imaginação e mesmo quando pensamos neles, o fazemos no presente.
Mas o presente por definição é um instante que quando percebido, já virou passado. Presente é um instante, atrás de outro instante que por definição é infinitesimal em moto contínuo, mas que quando definido já ocorreu, o seja, é passado.
Tudo que é definido na linha do tempo, já ocorreu.
A sensação que o presente nos pertence desde que nascemos é porque podemos definir o que fazer a cada instante.
Será? Entra em cena o livro arbítrio. Será que temos mesmo o poder de decidir sobre nossas ações?
Eu sou fiel partidário da corrente que acredita que sim. Somos senhores das nossas decisões.
Esse é o princípio fundamental para assumir a responsabilidade pela utilização do tempo.
E aí falamos de escolhas. Não haverá saciedade para fazer tudo o que desejamos.
Antes de mais nada porque desejamos fazer muitas coisas?
A resposta está com a linha filosófica que prega que queremos nos perpetuar, para minimizar a angústia de nossa aparente finitude e pra tanto “corremos” para realizar o máximo de coisas e de alguma maneira maximizar o nosso legado.
A sociedade industrial universalizou o calendário e a carga de trabalho remunerada. A Terra opera em função do relógio mecânico, linear, “renovável” e permutável.
Contudo, uma das formas de aumentar a percepção de valor do tempo e reduzir a velocidade absurda com a qual as coisas vem acontecendo, é diminuir as escolhas, os papéis que queremos atuar.
A simultaneidade e a interconectividade fragmentaram nosso tempo e granularam nossa percepção de valor.
Se eu pego um quilo de ouro e trituro-o em partículas transformando-o em pó e jogo-o pelos ares, terei desperdiçado todo o seu valor. Agora se eu pego o mesmo quilo de ouro e o entrego em uma barra sólida a você, será algo de valor intacto.
Com o tempo é a mesma coisa, quanto mais fragmentada a sua utilização, menor seu valor percebido.
Vamos definir 3 a 5 coisas no dia para dedicar o tempo. Ele terá um valor muito maior do que se o dedicarmos para 20 coisas diferentes.
Resultado: Menor ansiedade, menor entrada de informações e produção de maior valor para você e para quem te cerca.
Sigo o filósofo e escritor francês, André Comte-Sponville que disse:
Esta noite, sente-se em uma almofada bem dura, na posição de lótus, com as mãos colocadas uma sobre a outra, as costas bem retas, em silêncio, rigorosamente imóvel.
E fique aberto ao que se passa.
É o presente.
E você verá que esse presente permanece presente.
Viverá, assim, alguns minutos de eternidade.
O presente nunca falha. O presente sempre está aqui, inteiro.
Somente você pode se apropriar do seu tempo. E se apropriar do seu tempo é viver o presente.