Sobrecarga

Aviso: Esse artigo contém palavrões.

– Professor, é muita coisa…

– Sim, é.

– Não tem outro jeito? Tem que fazer tudo isso?

– Tem que fazer tudo isso. E ainda mais. Se você quiser sair da média, deve fazer 10x mais que a média, produzir 10x mais que a média, estudar 10x mais que a média. Ou é isso ou é ganho médio.

– Mas e a vida equilibrada? O senhor não se diverte? Não tem família? Não pratica esportes? Não viaja? Só trabalha?

A conversa estava indo para o lado da confrontação.

Era um aluno reclamando que teria que trabalhar e dar duro para obter resultados que pelo jeito eram meros desejos de um garoto mimado. Um garoto Nutella.

– Só trabalho. Tenho a vida mais desequilibrada que alguém possa ter. Meu curso não ensina como ter vida equilibrada. Você está aqui para captar clientes e colocar pelo menos 50x mais dinheiro na sua conta corrente que a média das pessoas com “vida equilibrada”.

Vamos falar de “vida equilibrada”.

Quem consegue, no mundo corporativo, aqui ou na China, competir, trabalhando 8 horas por dia e tirar o dinheiro para pagar no mínimo um plano de saúde decente? Pagar escola. Impostos. Folha de pagamento em dia. Fazer supermercado e ainda ajudar a família?

Ninguém. Portanto fim da utopia da “vida equilibrada e saudável” para quem empreende.

Todos têm uma vida desequilibrada.

Aliás, deixa eu te fazer uma pergunta: Você chegou a apanhar quando era pequeno?

(Porque está perto de apanhar agora – quase falo)

(Silêncio)

– Mas professor, de que adianta ganhar dinheiro e depois ter que gastar tudo em um hospital?

– Sim, no Albert Einstein, você quer dizer? Em quarto privativo, certo? Ou no Sírio Libanês, certo?

Não há nenhuma correlação entre trabalhar muito e ficar doente. Muito pelo contrário. Essa é mais uma besteira que inventaram.

A outra besteira-mor é: “Quem trabalha muito não tem tempo de ganhar dinheiro.” Falou o malandro, o malaco. Aquele que ganha dinheiro sem trabalhar. O esperto. Para esse, todos nós que trabalhamos duro, somos trouxas?

Seguramente, essa é a maior besteira que alguém pode acreditar.

—–

Bem, esse papo não ocorreu dessa forma e eu dramatizei um pouco algumas conversas que bateram na trave antes de virarem uma discussão em sala de aula dos meus cursos.

Sério agora.

Sei que você se sente sobrecarregada. Mais as mulheres, que além do trabalho se preocupam muito com seus filhos em fase escolar.

E nós homens também. Estamos todos fu*dos. É muita coisa.

Eu sei. E isso não vai parar.

Eu me sentia fu*do e sobrecarregado quendo ganhei muito dinheiro e me sentia fu*do e sobrecarregado quando quebrei.

Portanto, para quem empreende, o peso, a sobrecarga, a sensação de que as coisas não vão acalmar tão cedo é permanente.

Já que é assim, vamos nos sentir fu*dos com grana no bolso.

Ponto final.

O que preciso fazer para ter essa grana e nunca mais sentir falta de dinheiro para pagar contas?

Conquistar clientes que paguem pelo que eu produzo.

Pronto, simples.

Que mais?

Você precisará apenas falar e escrever para as pessoas mais propícias que puder.

Não precisará mergulhar em rios, nem escavar, nem carregar sacos. Só escrever e falar.

E o fará com insegurança, com medo e sentindo-se sobrecarregado.

Mesmo assim terá sucesso. Com sobrecarga e tudo.

De onde vem a sobrecarga.

De nossos desejos de fazer, de cuidar, de dar o melhor, de não ficar para trás, de competir, de conseguir pagar as contas e salvaguardar algum patrimônio para envelhecermos com dignidade e deixar um legado de valor.

Essa é a fonte.

Fomos programados para correr atrás. Nunca sossegaremos.

Dentro do possível procuramos comer decentemente, fazer algum exercício, tomar apenas uma cervejinha aos sábados.

De resto meu caro, minha cara, é pau!

No mundo corporativo, a felicidade dos filmes da sessão da tarde, da família margarina e do casal apaixonado que finalmente fica junto, não passa de uma peça de teatro para criancinhas de 5 anos.

No mundo corporativo é pau, amigo. É trabalho. É estudo. Estratégia. Tecnologia, paciência, mais estudo, tentativas, testes, mensurações, frustrações metas não atingidas, pau e porrada.

Algumas conquistas, mas muitas frustrações.

É assim. Sendo você trabalhando da sua casa de bermuda sendo você CEO de uma multinacional.

Já fui empregado (por 15 anos) e me sentia sobrecarregado. Já fui empreendedor, empresário e investidor. E me sentia sobrecarregado em todas.

Nos esportes é assim. Nos estudos é assim. Na vida é assim.

Então, menos Nutella e mais fígado de boi.

Fim das histórias da carochinha, fim da moleza, fim da vida mansa. Fim da ilusão.

Abraça a causa e vai.

A sobrecarga está no gene.

Na pior da hipóteses, você poderá se sentir sobrecarregado em NY ou em Paris, com todas a contas pagas e preocupado onde investir seu dinheiro.

Bela sobrecarga.

É pegar ou largar e vestir o pijama.

Nunca, certo?

Então vamos descer o pau na coisa e produzir 10x mais que a média.

——–

Por falar em coisas nada moleza, dia 22/03/2018 estaremos com a nova turma do Curso Presencial Avançado Prospectando Clientes Corporativos. Totalmente “fígado de boi”.

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Stavros Frangoulidis
 

Stavros é o fundador da PaP Solutions, professor da cadeira de "Prospecção de Clientes" da ABEMD e um dos idealizadores do The Client Door. Seu foco está no conhecimento prático - trazendo o par tecnologia+marketing a serviço de uma excelente gestão de vendas com foco em captação e fidelização de clientes.

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