Gordon Gekko: A Ganância é Boa

Greed is Good. A Ganância é Boa.

Essa frase imortalizada por Gordon Gekko (Michael Douglas) no filme Wall Street martelou em mim e criou alguns conflitos (sérios) que atrapalharam minha visão do mundo corporativo há alguns anos.

Bem, o filme mostra os bastidores do mundo dos grandes negócios da década de 1980, seguindo um ambicioso e jovem corretor da bolsa, Buddy Fox (Charlie Sheen), que sonha em conhecer o seu ídolo, Gordon Gekko (Michael Douglas) um milionário ganancioso e frio, que ignora os sentimentos quando se trata de negócios. E Gordon pregava: Greed is Good.

Não creio que a ganância seja boa. Pelo menos nesse sentido.

Agora, a ganância pelo conhecimento, pelo autoconhecimento, essa sim.

No filme há duas camadas de ganância.

A primeira e mais trivial é o personagem lutar desesperadamente para provar a si mesmo que é capaz de fechar grandes negócios e lucrar.

Seu mundo é medido em dólares. Muitos dólares? Você está ok. Poucos dólares. Oh meu Deus, que miserável.

Nada contra nem a favor. Apenas a cultura dos anos 80 em Wall Street.

Então a ganância aí é: “O que eu posso saber e fazer para ganhar mais dinheiro e ter um estilo de vida polpudo É um tipo de jogo.

Mas o verdadeiro aprendizado desse jogo, está na segunda camada, a do autoconhecimento. Por que nessa caminhada pelo dinheiro a qualquer custo, o personagem se depara com os seus valores e o conflitos internos que se descortinam com as situações.

E aí vem o altíssimo preço de você ferir esses valores.

Duas ilusões que por anos (até o amadurecimento da personalidade) atrapalham em muito o conhecimento desses valores.

Primeira e a mais séria: “Assim que eu obter/conseguir/chegar a “X” terei sossego e minha batalha terminará.”

Exemplos:

Assim que eu for promovido a presidente, muitos dos meus problemas atuais acabam.

Assim que eu tiver 10 mil assinantes, não terei mais problemas.

Assim que eu perder 20 kg serei mais feliz e todos os meus complexos desaparecem.

Assim que eu concluir meu MBA terei muito menos problemas e serei mais valorizado.

Assim que eu fechar esse negócio de 500 mil poderei sossegar.

Esse modelo funciona assim.

Nós vivemos preocupados. Nossa mente faz um truquezinho (um tipo de anestésico) criando a ilusão que as preocupações têm solução assim que tal evento acontecer, elas sumirão.

E claro, isso não acontece. Outras preocupações tomam o lugar das primeiras.

Segunda ilusão: Se eu falhei em X, não sirvo para esse X.

Exemplos:

Não conclui minha faculdade. Portanto eu não concluo nada.

Falhei no concurso para promotor. Não sou bom em concursos.

Não fechei esse importante negócio. Portanto sou péssimo para os negócios.

Não casei com a pessoa que eu queria. Portanto sou um puta azarado no amor.

Não consegui resistir ao bolo. Portanto sou um porco indisciplinado.

E assim por diante.

Essa etiqueta que nos damos, é uma outra ilusão que estamos nos castigando por atender aos nossos impulsos e como resultado, vem a permanente culpa. Culpa pelo passado, culpa por não termos a exata realização da imagem perfeita que buscamos de nós mesmos.

Entre no facebook e veja um espelho da vida (quase) perfeita que muitas pessoas tentam passar. É a ilusão atrás desse ideal.

Solução? Não há.

Solução, pelo menos até esse momento do meu parco conhecimento, realmente não há.

Existe o Tao (caminho). Uma bela filosofia para o autoconhecimento. Ele não promete a paz, mas diminui em muito os chacoalhões da caminhada.

A ganância pelo autoconhecimento deixará um legado inalienável. Carros, casas, joias, podem te ser tomados. Seu vigor físico pode reduzir, sua beleza exterior pode diminuir. Seus cabelos podem cair e rugas aparecerão.

Afetos podem te ser extraídos. Sim, afetos, ou você tem a ilusão que tais e tais pessoas te pertencem?

Mas seu autoconhecimento esse ninguém te toma. E somente cresce. Enquanto suas faculdades mentais estiverem em ordem, esse estará com você. E cada dia esse autoconhecimento não permitirá que nenhuma das suas ações venha a ferir os seus valores.

Preocupações? Sempre existirão. É o nosso mecanismo para progredir, para continuar lutando, trabalhando e empreendendo.

A ganância é boa. Em todos os sentidos, ao final, ela te trará mais perto de si mesmo(a).

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Stavros Frangoulidis
 

Stavros é o fundador da PaP Solutions, professor da cadeira de "Prospecção de Clientes" da ABEMD e um dos idealizadores do The Client Door. Seu foco está no conhecimento prático - trazendo o par tecnologia+marketing a serviço de uma excelente gestão de vendas com foco em captação e fidelização de clientes.

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